ERMO

Meus olhos nos escolhos, molhos d’alhos

Em calhas de óleos e palhas de fumos...

Sumos nos pomos e somas de humos:

Minhas lágrimas nascem dos cascalhos.

Espumo as salivas de supra-sumos,

E versejo, ermo, como os espantalhos...

Prumo meus planos em serras e atalhos:

Refil dos meus passos, os velhos rumos.

Meus braços enlaçam os traços troços,

Almoço alface, espantam-se os moços...

Na roça dos disfarces de agrotóxicos.

Nos meus andares os ares de tédios:

Vinhas sem uvas, corpos sem assédios,

Cana queimada - caldo de monóxidos.

Gigio Jr (Poemas da Chuva - 2005)

GigioJr
Enviado por GigioJr em 09/06/2008
Reeditado em 28/06/2008
Código do texto: T1026008
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