Arte (Coroa de Sonetos)

Este trabalho venceu a fase local e regional do Mapa Cultural Paulista 2007 / 2008.

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Primeiro soneto

* Levante... Os aplausos aos artistas

Que trazem alegria para o povo.

Tão simples, essa gente é bem quista

E sempre quer mostrar o que há de novo.

Existe um algo mais no mundo humano

Que traz mais alegria a uma pessoa.

É a fonte da cultura. Sem engano!

É o coro desse brado que ecoa

O bem maior, real, de toda mente

Que não se pode ver, mas que se sente.

É a força que consola, enleva, acalma.

É um ponto que ilumina a raça adulta

E teima trabalhar de forma oculta

* A arte, grande antena que há na alma.

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Segundo soneto

* A arte, grande antena que há na alma

Põe sempre o indivíduo em sintonia

Pra ver o mundo dentro da sua palma.

Educa e também leva sua alegria.

À sombra não se cria obra alguma

Capaz de produzir os devaneios

Que alegram todo o corpo e que perfumam

A eterna inspiração bem no seu veio.

Tal qual a disciplina de um atleta

Na busca que ele emprega, atrás de metas

Assim é quem domina um instrumento.

No campo em que se trava a batalha,

O atleta vai à busca da medalha.

* Na música, os acordes, sentimentos...

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Terceiro soneto

* Na música, os acordes, sentimentos...

Ocupam todo o espaço de um teatro

Em ritmos mais rápidos ou lentos

Regidos, tanto em dois, três, seis ou quatro.

Nas praças ou nas ruas uma banda

É verdadeira festa p’ras crianças.

Canções serenas, livres, leves, brandas.

Destaque aos detalhes da nuança.

Pra quem não sabe, a música é um remédio

Que cura, de uma vez, tristeza e tédio.

Antídoto que atua sobre a alma,

Canção... A irmã gêmea do poema.

Tem brilho. É um verdadeiro diadema.

* A luz da poesia alegra, acalma.

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Quarto soneto

* A luz da poesia alegra, acalma.

No fundo, com estrofes e com rimas

Montadas pra trazerem paz à alma,

Servirem seus requintes de obra-prima.

Não há coisa melhor que um belo verso

Pra quem passa da noite à madrugada

À busca dessa gama do universo

Que são na poesia, trabalhadas.

No texto, toda a dança das palavras

É terra que o poeta planta, lavra

E espera uma colheita em bom momento.

É hora de brindar. Tim-tim nas taças.

Balança, o versejar, com toda a graça,

* Na dança... Precisão de movimentos...

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Quinto soneto

* Na dança... Precisão de movimentos...

Um xou! Delicadeza no tablado...

Leveza maciez, olhar atento

A tudo o que se passa pelos lados

Como ave que desliza pelos “ares”

Ou folha que flutua no oceano,

A dança, o balé, atrai olhares

Passeia sobre as teclas do piano.

No corpo escultural da bailarina

Está a fonte de arte pura e fina

Que deixa toda a sala entorpecida,

Calada ao som de lindas melodias

E acordes que advêm da sinfonia,

* Do palco, o teatro, a dança, a vida.

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Sexto soneto

* Do palco, o teatro, a dança, a vida.

Atores e atrizes representam

Os dramas de chegadas e partidas

E os sonhos que as pessoas alimentam.

A trupe, quando vê a casa cheia,

Faz força pra atingir a sua meta,

Põe toda a vocação que traz na veia,

Dá tudo o que há em si, quando interpreta.

Tem lágrimas, tem riso em toda a trama.

O toque de mistério enfeita, inflama.

Conserva mais segredos que um castelo.

Cenários que combinam com a rotunda...

Jogo com luzes... A arte abunda.

* Paisagens sobre a tela mostram o belo.

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Sétimo soneto

* Paisagens sobre a tela mostram o belo.

Dão vida, perfeição e são fantásticas.

Há entre obra e artista, vários elos:

A tinta, com pincel, nas artes plásticas.

Se há num traço, um tom mais agressivo,

Talvez, o autor tentou buscar contraste.

Quem sabe, dar um toque bem mais vivo

P’ro artista, nunca há o melhor que baste.

Pôr, no traçado, a essência do seu ser

Pra que outras gerações consigam ver

As explosões, em cores, incontidas.

É assim, que o que há de bom emerge, aflora,

Como escultor que puxa, põe pra fora

* Entalhes, esculturas construídas.

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Oitavo soneto

* Entalhes, esculturas construídas.

Imagens retratadas pelo artista,

Que embute na matéria, sua vida

E faz com que sua obra sempre exista.

Quem cria empreende busca nos detalhes

De um toque especial, um algo além.

Procura a perfeição, mesmo que falhe.

Vai longe, na tarefa em que se atém.

Achar beleza em pedra e na madeira

Não há visão mais pura e verdadeira.

Um escultor cultiva e traz o zelo.

É assim que alguém investe em luz e cor

E vive, como em cena, vive o ator...

* Cinema, produção de sonho... Anelo...

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Nono soneto

* Cinema, produção de sonho, anelo...

Na grande tela, o filme é o novo rei.

Verdade e fantasia em duelo.

O mal sempre prostrado frente à Lei.

Agora há outro rumo no mercado,

Na indústria que trabalha com a arte.

Nenhuma alma dura está de lado.

E cada preferência tem sua parte.

Quem sabe, ainda há outras descobertas?

A mente humana sempre está aberta.

É só questão de tempo para a luta.

Portanto, o que se espera é coisa fina.

Em breve vão se abrir outras cortinas.

* Maestro, pode erguer sua batuta.

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Décimo soneto

* Maestro pode erguer sua batuta.

A música põe luz ao ambiente.

Não deixa o ser, ser só a massa bruta.

Dá brilho ao rosto e aquece corpo e mente.

Na ginga, o balanço e melodia

Há algo especial que se completa.

Num simples canto ou numa sinfonia

Não falta a mão sensível de um poeta.

O som de um instrumento enche a sala

De arte e também de inspiração.

Enleva o coração de quem a escuta.

À música se entregam almas puras

Que estão até nos mestres das figuras,

* Meninos do grafite, arte arguta...

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Décimo primeiro soneto

* Meninos do grafite, arte arguta...

Há um outro mundo dentro da cidade.

Aberto a um universo em disputa

Que quer mostrar a cara da verdade.

Conceitos divulgados em paredes

Proclamam liberdade de pensar.

Avançam na feitura de uma rede,

Independente de hora e de lugar.

O traço escuro traz, na criação

Os leves movimentos que há na mão.

Detalhe que define o grande artista.

É raro um grafiteiro que dispense

Durante o seu trabalho, um bom suspense.

* Preparem o cenário, equilibristas.

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Décimo segundo soneto

* Preparem o cenário, equilibristas,

Que o público quer ver toda a beleza

Das cores, como em capa de revista,

Tratadas com a maior delicadeza

O palco não é nada sem o toque

Que é dado de maneira especial

Por todos que procuram um bom enfoque

Pra que a satisfação seja geral.

Montar os ambientes para o clima

Do texto que, às pessoas, ilumina

É uma vocação, um dom divino.

Eis como um espetáculo desperta

Os sonhos e conduz à festa certa.

* O circo e o carnaval, tão genuínos.

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Décimo terceiro soneto

* O circo e o carnaval, tão genuínos

Que têm, de toda a massa, os aplausos

Agradam os adultos, os meninos

E contam suas histórias e seus causos.

Na passarela, o samba e seu enredo...

No picadeiro, as graças do palhaço...

As manifestações que, desde cedo

Amarram a cultura em fortes laços.

O ser humano pode ser feliz

Se olhar com mais cuidado sua raiz...

Se construir com atos, seu destino...

O ápice das festas populares

Começa com o trabalho, lá nos lares:

* As plumas... Paetês... Os figurinos...

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Décimo quarto soneto

* As plumas... Paetês... Os figurinos...

Dão vida a toda arte, com suas cores.

Carregam a emoção de um grande hino

Composto pra falar só dos amores.

É bom poder vestir-se da cultura.

Trazer no rosto, o brilho de uma arte

E, assim, o homem chega até às alturas,

Se cada um fizer a sua parte.

Adentre a sala e tome seu lugar.

Respire essa alegria que há no ar.

Nos camarins, há cheiro de conquista.

A luz vai se apagar. Feche as cortinas.

Quem está no palco, agora, é purpurina.

* Levante!!! Os aplausos aos artistas!!!

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Décimo quinto soneto

ARTE

COROA DE SONETOS

A arte, grande antena que há na alma.

Na música, os acordes, sentimentos...

A luz da poesia alegra, acalma.

Na dança... Precisão de movimentos...

Do palco, o teatro, a dança o a vida.

Paisagens sobre a tela mostram o belo.

Entalhes, esculturas construídas.

Cinema, produção de sonho... Anelo...

Maestro... Pode erguer sua batuta.

Meninos do grafite, arte arguta...

Preparem o cenário, equilibristas.

O circo e o carnaval, tão genuínos.

As plumas... Paetês... Os figurinos...

Levante!!! Os aplausos aos artistas!!!

Carlos Alberto Fiore

fiore carlos
Enviado por fiore carlos em 09/06/2008
Código do texto: T1027066
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