A morte e o poeta
-Vim buscar-te, poeta, já é hora!
Não há clemência a volta etá completa!
Escolhe a poesia predileta...
Prepara-te, pois vou levar-te embora.
-Não poderias vir em outra hora?
Argumenta o poeta, já aflito.
Tem um poema ainda não foi escrito!
Me deixa, pelo menos por agora!
-Viveste em poesia toda a vida!
Minha missão terá de ser cumprida;
não te concedo mais um só minuto.
Eis que o poeta, ao fim da agonia,
ainda pôde ver a poesia
carpir verso o triste do seu luto.