AÇOITADA

Olhos meus pra quê chorar?

Ah, minha dor destilada,

de que vale o derramar

dessa angústia aleijada?!

De que vale esse inflamar

da minha alma em chuvarada?

Se aqui morrer de gritar

não me adiantará nada!

Sei que sigo a me arrastar

na vida sempre açoitada

de quem não pode brilhar.

Perdi o rumo na enxurrada.

Mas é por todo esse amar

que choro aqui ajoelhada...