Licença

Morto-vivo é o poeta mais cretino!

Ter de citar alguém sempre: Neruda,

Bocage, Ana, Raul, Drummond, Delfino...

Enquanto sua verve serve, muda!

E nem surpreende mais, se falar fino...

Que a voz dada a homenagens sempre muda.

(E até ali aos prantos, tonto, se ajoelha)

Baixando Alcoforado assim de chofre,

Ou quiçá Baudelaire, cheirando a enxofre,

Sobre um telhado já de senil telha!

E enfim, qual será a nova (aos ventos, velha)?

Que outro (medalhão) vai tirar do cofre?

E a andar com bafos (de uma eterna Amélia),

Morto e imortal poeta! Como sofre...

a 05/04/08