Insone espera

Invado as madrugadas pensativo

em busca de um amor que se perdeu

por entre os dedos, entre as mãos, morreu

e eu continuo imaginando vivo.

Invado as madrugadas solitário;

invado as noites, mas sou invadido

outra vez pela angústia de ter tido

um amor que se foi por ser precário

o laço de união entre nós dois.

Eu te procuro, à noite, no meu leito,

insone espera, sem qualquer razão.

E, quando o sono chega, bem depois

da meia-noite, a angústia invade o peito

e vejo quão tristonha é a solidão.