FACE REVELADA
LUIZA SAMPAIO
Sufocados e doídos eram os tormentos
Sob o sol de inverno ardiam lembranças
Giravam moinhos e tantos pensamentos
De um ser minúsculo em suas andanças
Da boca amarga somente maledicência
Triste caminhar encimado pela vaidade
Jamais ponderava na forçada ausência
Ria-se à farta da sua infame habilidade
Correntes arrastadas pela noite silente
Com as mãos atadas fingia-se inocente
Sorria enquanto a adaga era traspassada
Impiedoso vociferava palavras impuras
Acusava, julgava e sentenciava rupturas
Demente, a oculta face restou revelada!