TORPE PAIXÃO - Soneto

Miserável o amor, que se encerra;

Das sãs promessas, finda-se esquecido;

E em frio borralho, tem-se convertido,

O ferrete ardente, que o gado ferra.

Efêmera paixão. És tu, uma perra.

Louco, quem em teu seio adormecido.

Pois sob a eira, repousa estendido,

O ébrio que te adorou sobre esta terra.

Torpe paixão, de sangue destilada.

Preferível o fogo da tumba fria,

À ardente chama, em neve, transformada.

Ai dos sonhos que contigo eu tivera.

Foram matinal neblina, não flores.

Lindas flores, ao sol da primavera.

Moses Adam, Ferraz de Vasconcelos, 12.07.08 – 15h45

Meu primeiro (quase) Soneto