SONETO DE UMA SAUDADE
Soneto da Saudade
(Sócrates Di Lima)
Quando a saudade desponta.,
devagarzinho, como um entardecer.,
o meu coração dilata e aos poucos desmonta,
e faz-me triste, quase a fenecer.
Como chuva fina,
Que ao final de tarde beija a terra.,
A saudade ao entristecer a alma, ensina.,
Que quando o amor se ausenta, a alma decerra.
Saudade, palavra de dimensão profunda.,
Simbolizando a distância entre corações entrelaçados.,
Trazendo a nostalgia das lembranças que se abunda,
Trazendo lágrimas e desejos esmiuçados.
Saudade....palavra mórbida quando um amor se vai,
É quando o ser o qual amo, de repente se distancia.,
Faz-me melancólico, e o tédio meu pensamento atrai,
Tornando-me doente,
dependente desse amor em sua supremacia.
Ah! essa saudade que me faz pedir guarida,
Saudade louca que me queima a alma.,
Sangra o peito sem mostrar ferida,
Dilacera o coração e me faz sem calma..
A impaciência me domina e me estremece,
Vivo vigilante nas noites embriagadas de nostalgia,
Sem sono, meu corpo padece.,
E pela saudade desse amor distante, morro a cada dia.
Ah! essa saudade desse ser aventureiro,
Que chegou sorrateira e me faz perder na minha fantasia.,
E perdido por causa desse meu coração sem freios,
Que em devaneio amou quem não devia.