O SAPO


Sapo gigante, verrugoso sapo
chato, deitado, e, se sentado, chato,
olhar que vê no escuro, olhar de gato,
a boca imensa, imensidão de papo.

Sapo que anda aos pulos, no sopapo,
de pés e mãos aparentando um pato,
língua de fita que, na finta, a jato,
fisga besouro, mosca, qualquer trapo.

Sapo que geme, chora, canta e dança,
que não guarda nenhuma semelhança
com os demais seres vivos, eu receio

ao vê-lo verruguento, a enorme pança,
que fez somente o mal, quando criança,
por isso assim cresceu, visguento e feio.

Odir, em noite de terça.