Fogueira de amar

Quando bocas mordem amoras paixão

Crinas em chamas nos corpos se abatem

Como vinhos lentos de sabor vulcão

Percorrendo a pele, sem olhar a quem!

Ludo cabra-cega, vã alucinação!

É febre de afecto, amor que não vem

Apoplexia da ilógica ilusão

Que arde, queima e nos consome também.

E a porta aberta preparando a fuga

E nós renitentes querendo ficar

Naquela fogueira que nos vai pegar…

No inferno ou no céu onde a alma madruga

Acordamos na moléstia por idolatrar

Quem de nós quer tudo e nos faz renegar…