Mostra-me teu canto

Pobre deste meu coração, pobre!

Tenho sempre dela erma saudade;

Cruel Amor, que nunca a razão cobre

e nem ameniza a dor se nos invade.

Farás pra mim um soneto, amigo nobre,

que me espante d'alma tamanha iniqüidade,

que cuide de me trazer brandura e logre

entrelaçar-se verbo e flor com propriedade?

O verso bom ou mau, o escrito ou canto

que custa ao espírito tempo e buril

torna-se o milagre de mostrar-se em riso o pranto.

Se hoje sou senhor de minha tristeza

e meus pés ainda são pedras num brasil,

mostra-me em teu canto azúlea chama acesa!

Ao amigo-Poeta Marcos Loures

Chaplin
Enviado por Chaplin em 03/08/2008
Reeditado em 03/08/2008
Código do texto: T1110910
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