SONETO LÍRICO
Devo ter vindo do reino das quimeras,
Onde as coisas impossíveis acontecem,
As flores nunca murcham nem fenecem,
E as quatro estações são primaveras.
Fui um paladino impávido noutras eras,
Desses que caem e não se esvaecem,
Que olham o mundo e se entristecem,
Ao ver a luta de um cordeiro contra feras.
Sou a materialização do imaginário,
A metáfora de um Deus visionário,
Que encheu de lirismo meu espírito,
E pôs um déspota dentro do meu peito,
Que me faz querer amor sem jeito,
E acreditar que tudo é infinito.