O Vôo do Corvo
O Vôo do Corvo
Mergulhado no melancólico torpor
Da solidão dos noctívagos umbrais,
Proferia o poeta maldito, o escritor:
“Oh angustiosa dor, nunca mais!
Hoje me entrego a fada do absinto,
Ao horror, a insensatez e à poesia!
E sorvo num escarlate vinho tinto,
O desdito e eterno vapor da boêmia.
A tristeza da vida hoje me envenena,
E a doce beleza da Morte me inspirou
A compor a mais extraordinária cena.”
E naquela umbrosa noite o corvo voou,
Sob a inspiradíssima e fúnebre pena
Do bardo do terror... Edgar Allan Poe.
Washington M. Costa