Soneto a um futuro incerto

Temerosos são os raios do meu porvir,

Pois meu presente eclipsa a aurora...

E diante do fim eu padeço agora,

Sem ninguém para meu lamento ouvir.

Glaciais são os ventos da solidão,

Que flagelam minha orvalhada face...

Que me condenam a um triste enlace

E petrificam meu doído coração...

Oh, laços mortuários que me prendem,

E ao chão me estagnam e me fendem,

Como flores cravadas numa ferida...

Minha vida é um inverno silente,

Onde o amor se faz sempre ausente

E a tristeza é velha conhecida.

Washington M Costa
Enviado por Washington M Costa em 27/08/2008
Reeditado em 09/02/2012
Código do texto: T1147803
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