POBRE CORAÇAO

Pobre deste meu coração, pobre!

tenho sempre dela erma saudade;

cruel Amor, que nunca a Razão cobre

e nem ameniza a Dor, se nos invade.

Farás pra mim um soneto, amigo nobre,

que me espante d'alma tamanha iniqüidade,

que cuide de me trazer brandura e logre

entrelaçar-se verbo e flor com propriedade?

O verso bom ou mau, o escrito ou canto,

que custe ao espírito tempo e buril

torna-se o milagre de mudar o riso em pranto.

Se hoje sou senhor de minha tristeza

e meus pés inda são pedras num brasil,

mostra-me em teu canto a azúlea chama acesa!

Ao poeta e amigo Marcos Loures

Chaplin
Enviado por Chaplin em 31/08/2008
Reeditado em 02/09/2008
Código do texto: T1155627
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