Retorno Eterno

Se eu me deixar levar pela pureza,

Da cristalina alma que me devora,

Se eu te amar além do que eu sinto agora,

Se no distante, presente a certeza,

Ser o colorido, final que aflora,

Na tua estrada, dito poder que emana,

Ser a mulher, amante, e tão humana,

Tua criança, idosa, magistral embora,

Caliente e forte, tal chama arquejante,

Descompassa o termo, arrepia meu corpo,

Junto ao teu, ambos assim, eterno torpo,

Embebecidos, de amor flamejante!

Eis-nos aqui unidos, reféns confessos,

Num mesmo tempo, de sentir regressos.

Nice Aranha