PROFANO SENTIMENTO


Desse trejeito moleque gosto tanto
De quem debocha das tormentas e dores!
Dos caminhos colhe perfumadas flores
Deslizando-as em meu rosto qual encanto!

Incendeio-me num murmúrio de espanto
Ante um riso repleto de fulgores
Solvendo a alma em incontáveis cores
Do amor, a fé no mais sublime canto!

Ao eterno divagar, estou condenada
Porém, me sacia tê-lo nesta loucura!
Tal esmeralda rara a ser lapidada

Entrego-me, sem pudor, à tua ventura!
Profana, tão menina e apaixonada
Alheia se a outros olhos sou impura!