MARREQUINHA
A flutuar na placidez do lago,
A marrequinha de alvejantes penas
Estava triste a espera de um afago
Do ausente amor à caça de falenas.
Pobre marreco que no afã tão vago
Morre distante em amarguras cenas!
E a solidão em crucial pressago,
Rói, na marreca, as ilusões terrenas.
Assim, também, no lago da existência
Da minha vida, em triste penitência,
À espera de um amor que se acabou,
Fico aguardando, silencioso e triste,
Nas duras penas que em meu peito existe,
Uma mulher que nunca mais voltou!...