MARREQUINHA

A flutuar na placidez do lago,

A marrequinha de alvejantes penas

Estava triste a espera de um afago

Do ausente amor à caça de falenas.

Pobre marreco que no afã tão vago

Morre distante em amarguras cenas!

E a solidão em crucial pressago,

Rói, na marreca, as ilusões terrenas.

Assim, também, no lago da existência

Da minha vida, em triste penitência,

À espera de um amor que se acabou,

Fico aguardando, silencioso e triste,

Nas duras penas que em meu peito existe,

Uma mulher que nunca mais voltou!...

Lucan
Enviado por Lucan em 26/02/2006
Reeditado em 08/04/2006
Código do texto: T116410