PECADO ESTÁ NUIRO CARO

É tanta a saudade do porvir

e tanto o mal-estar deste presente.

A hora nos devora o bom sorrir

e nos retalha o corpo, a voz, a mente.

Não há como deter o sentimento

nem como proibir que os olhos vejam

ou que as águas correndo sempre estejam

ou que o destino esmague nosso intento.

Custa tanto pagar o que é pecado

o que a lei te proibe sem razão

o que, sem erro ter, se diz errado.

Quanto bem não seria ao homem dado

se o bom senso regesse a nossa mão

- fora essa lei-moral-excomunhão.