O PRATO
A senhora gentil e caridosa
Com pena do mendigo sem guarida,
Leva-lhe - extraordinária e fabulosa -
Um saboroso prato de comida.
O pobre apanha o prato... alma ferida...
E fica olhando a dona generosa.
Lembra-se... aquele rosto... ora! A vida,
Hoje tristonha, outrora cor de rosa!
E duas lágrimas dos olhos baços
Descambam como dois punhais devassos
A lancetar-lhe o coração que chora.
Dantes, o pobre fora comerciante
E vendera à mulher - destino errante -
O mesmo prato que ela traz-lhe agora!