O PRATO

A senhora gentil e caridosa

Com pena do mendigo sem guarida,

Leva-lhe - extraordinária e fabulosa -

Um saboroso prato de comida.

O pobre apanha o prato... alma ferida...

E fica olhando a dona generosa.

Lembra-se... aquele rosto... ora! A vida,

Hoje tristonha, outrora cor de rosa!

E duas lágrimas dos olhos baços

Descambam como dois punhais devassos

A lancetar-lhe o coração que chora.

Dantes, o pobre fora comerciante

E vendera à mulher - destino errante -

O mesmo prato que ela traz-lhe agora!

Lucan
Enviado por Lucan em 27/02/2006
Reeditado em 08/04/2006
Código do texto: T116594