Pois se mata com vileza

Pois quando a ternura tudo amava

até deus a manchou com sua fé

hoje nem minha mão nem o meu pé

têm a grandeza duma velha escrava.

Nada acalenta a minha voz que chora

nada me afaga a prece que mais reza

- a quem vence e merece lhe vão dando

os baixos desperdícios da certeza.

Ai dos vencidos rezam os escravos

que deviam lutar até morrer

e na morte dizer como eram bravos.

Que lucros que vitórias pode haver

para deus, para o rei, para os diabos

os heróis com vilezas abater.