FOI PRAGA DA VANIA? (COR)

(CORRIGIDO)

FOI PRAGA DA VÂNIA?...

Faz tempo, muito tempo mesmo, mais de meio século e quando eu passo pela porta da antiga Celg alí na Avenida Anhangüera, trecho do Setor Coimbra, ainda posso ver a robusta árvore que naquela época um fraco arvoredo a despontar ao porvir...

Foi ela sim a testemunha de um primeiro beijo entre dois jovens iniciantes em um namoro. A árvore ainda esta lá, mas a mim, além dos bons momentos desfrutados a sua sombra, resta-me a consciência de não Ter aprofundado naquele amor.

A jovem nos seus quatorze anos loirinha, bonita e apaixonada, necessitou da interferência de um cupido a nos aproximar; Tudo foi tão bom rápido, mas a gente achava, pôr sermos jovens com éramos, que a aproximação do futuro fosse uma eternidade.

Naquele ambiente saudável e lindo encontrávamos às tardes de final de inverno. Despontava-se de leve em mim o romper de um amor e nela uma paixão ardente. Eu correspondia íamos ao Casablanca sempre com uma vela ao lado, mas assistiríamos ao filme de mãos dadas. Depois do Cinema um lanche ao lado na “Americana”, não é essa loja de hoje, mas sim um cantinho romântico daquela época.

Mas tudo que é “bom dura” pouco se esparrama no bairro a notícia o Jurinha vai mudar. Eu desligado de tudo talvez tenha sido o último, a saber.

Quando ela soube entrou em desespero, perguntando você vem toda a semana me ver, não vou conseguir viver se você, repetindo sempre as juras eternas e eu concordava e retribuía. Fazer o que?

Chegou o dia da mudança, despedida beijos muitos beijos e juras...

Meu pai nômade como sempre rumava para Brasília, não só ele como todo o Brasil.

Lá chegando, vida nova correndo a 120 quilômetros pôr hora, tudo novidade não me lembrei um minuto se quer da namoradinha. Desprezei pôr completo deixando aquele coração enamorado a mercê do destino romântico.

Tenho até minhas justificativas, mas canalha é assim sempre desculpa-se, mas dela nunca tive coragem de faze-lo.

Agora meio século depois me vejo velho cansado, desprezado muito embora vive uma vida invejada. Lembro-me então com o sofrimento que hoje tenho,

do sofrimento que devo Ter causado àquela menina. Dizem as más línguas que para toda ação existe uma reação.

Bem feito para mim, pode Ter sido praga da Vânia...

Goiânia, 11 de setembro de 2008.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 12/09/2008
Código do texto: T1174306
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