UMA SOMBRA NA ESCURIDÃO
A paz que outrora na vida sentia
Já não é companheira da desvanecida alma.
Foi-se a luz, e não restou alegria,
E o vil sofrimento dissipou toda calma.
O corpo padece o suplício silente
Da dor que não finda por não ter sua cura.
Com a alma arrasada, que alegria não sente,
A carne definha e a cova procura.
E assim vão passando lentamente os dias
Não sente o peito nem mesmo a dor da saudade
Pois a noite sombria sob o sol se prolonga.
Quer o corpo descer a uma cova vazia
Para a alma viver em sua eternidade
E a negra escuridão fenecer em sua própria sombra!