Adeus...

O adeus é um gérmen da saudade,

que brota e floresce, e ganha o mundo.

Ele enraíza tanto, e tão profundo,

que mata pouco a pouco a liberdade.

Todo adeus tem um quê de majestade

que avassala um coração fecundo:

Semeia, rega, e guarda, bem no fundo,

os grânulos do amor e da maldade

que desabrocham juntos e se vão...

até que a vida imerja, à metade,

em sua mais profícua servidão.

Desfaz-se, da razão, a insanidade!

E, de insanos súditos, se vão...

juntar a novo adeus nova saudade.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 19/09/2008
Reeditado em 17/02/2020
Código do texto: T1186992
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