ESTRADA

É nada o que vejo na estrada da serra
e o cheiro da terra só fala do mar...
Num tal nevoeiro, meu guia é ausente,
mas me acho contente, no muito arriscar.

Se o medo me invade, eu encontro a coragem,
num canto, o segredo de não me abater;
de pronto o inimigo me espreita num vão,
porém eu consigo deixar de sofrer.

À minha direita só há precipício,
porém do outro lado, me assusta um barranco...
Não faço comício, é fraco meu brado,

mas pego, no tranco, o que custa, é verdade.
Maldade bem feita, meu verso quebrado,
já deita ao poente, que cobre essa estrada.

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