A uma senhora !

A uma senhora !

A ausência me livrou da contingência

De ver teu rosto murchar, minguando

Pela incoercível degenerescência

Da regra, que no mundo tem seu mando

E a matéria outrora bela inigualável

Hoje, é tal ave noctâmbula

Passeando com rosto murcho miserável

Só, na noite escura qual sonâmbula

Triunfo passageiro, cilício, aflição

Nos segredos insondáveis da memória

Ficou gravada sua imagem no coração

Ver as fases da beleza, hoje irrisória

Melhor evitar o precipício em vão

Deixando nos meus versos a vanglória !

São Paulo, 02 de outubro de 2008

Armando A. C. Garcia

E-mail: armandoacgarcia@superig.com.br

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