Soneto à adolescência

Esquecendo Beethoven e Amoedo,

Deixou-me (com um cheiro, bem mais cedo,

De flores condenadas) a um deserto!

Daqui, se foi, deixando a porta aberta...

Pra que um vento talvez soprasse a queixa

(Vivamente outonal) de quem se deixa

Nos rastros de um charuto e vinho à oferta

De algum deus (de bobeira) ou um tal "portuga"!

Partiu, deixando o Werther (sempre) aberto

No sobrado de um quarto (que se aluga)!

E assim, como alguns vultos (de estação),

Pôs-se a dormir (pra ver raiar o dia)!

Me escrevendo um soneto, (quase) em vão,

O romântico, enfim, que em mim havia(?)!

Teresina, 05 de Outubro de 2008