Divina flor (à Florbela Espanca)
A flor mais triste dos jardins
Da alma que sonhava
E com os seus versos revelava
Toda a dor que nela guardava
Divina flor incompreendida
Das palavras doloridas
De um olhar sempre distante
E um pálido semblante
Partiste dessa vida ao teu desejo
Pois aqui nada mais tinhas, nenhum almejo
Deixando os teus versos flutuarem
E assim os corações acalentarem
Flor da alma insatisfeita
És sim a poetisa eleita