SEM MEDO


No meu caderno de tola menina,
eu desenhei um coração flechado
e dentro dele com a pena fina,
os nossos nomes deixei lado a lado.

Adolescente, num papel de carta,
em vez de um só, eu desenhava mil.
E nos detalhes dessa escrita farta,
eu nem sei como, você me fugiu...

Hoje eu não sei se tenho um coração,
um bem vermelho, combatente e forte,
qual um espelho baço de vapor,

aonde eu possa desenhar então,
os nossos nomes sem medo da morte,
entrelaçados pelo amor eterno.

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