DEPOIS

Em festa vejo as luzes da cidade
e aguardo que a esperança tu me atives.
Um frêmito, uma espera, diz quem há de
saber dos teus pendores, bom ourives.

Perfeito no labor, a saciedade,
teu corpo, onde eu me perco nos aclives,
na falta dos sentidos que me invade,
até achar as forças que reavives...

Aceito essa tiara, tua prenda;
a minha alma é toda tua, atenda:
eu chego da viagem tão cansada

e aqui quero passar a madrugada...
Depois? Nas luas e verões sem fim,
ninguém deve saber o que é de mim.

nilzaazzi.blogspot.com.br