Poema da banana

Água, dona da vida

Eu sou Conservador de águas, a nova profissão

Dessas bandas sul mineiro, divisa com São Paulo

Cuido do Jaguari a ser todo engolido na Paulicéia

Depois de transposto, tratado, reduzido à torneira.

Um rio inteiro que depois de se tornar esgoto

Avança ao esgotão rei, o rio Tiete ou Pinheiro

E corre rumo ao interior apodrecendo o mundo

Mas eu nem ligo porque ganho meu dinheirinho.

Ninguém liga, ninguém diz nada, curiosamente

Ao fato de um rio bem cuidado, desde a nascente

Tornar-se invisível ou simplesmente desaparecer

Como se jamais houvesse existido sobre a terra!

O mundo desaba se se desvia 3% do Velho Chico,

que perder-se-ia no mar, ao meu Ceará. Brasil: Ó!