A Parte Negra
Que permeia neste coração das trevas
Insalubre pântano do ser mais poeta
Nas deusas gregorianas, o lisboeta
Singrar o Letes pra esquecer as sevas.
Podres andrajos da ossada do profeta
No mar da ilusão da poesia que levas
Pacto com teu demônio que relevas
Extirpa do âmago o mal deste esteta.
O que anjos maus tem haver com o eleito?
Placebo humano que nunca morre o feito
No oceano triste da tua parte negra.
Quem sabe no olho inimigo refeito
O sangue que jorra da tua pelagra
O escritor inícuo brota no flagra.
DR SMITHY