A briga das flores

O lírio branco, um dia, contundente,

Gritou à força plena dos pulmões:

- A rosa é vil, escrava, inconseqüente,

Cheia de espinhos, cheia de ambições!

E a rosa, do seu trono, descontente,

Retribui às tolas agressões:

- Lírio, você parece puro e ausente

Mas traz n’alma um brejal de podridões.

E a violeta, que ouvira toda a briga,

Meiga como é, calada, humilde e amiga,

Deitou no ar os dulcíssimos olores.

O lírio e a rosa, nobres, decantados,

Percebendo o vexame, envergonhados,

Esconderam-se, então, das outras flores!

Lucan
Enviado por Lucan em 14/03/2006
Reeditado em 08/04/2006
Código do texto: T123062