LOUCURA


Nasci e cresci nas vizinhanças do Pinel,
Em Pirituba, terra inculta e afastada
E contemplava os muros altos, junto ao céu,
Sabendo que, quando eu passava na calçada,

Do outro lado do meu mundo tão tranquilo,
Havia estranhas e bizarras criaturas...
Mas meu pensar não atinava o que era aquilo,
Embora ouvisse cantos, gritos, falas duras.

É certo que hoje eu vivo longe do lugar,
Mas se me encontro ora a rir, ora a chorar,
Tomo cuidado e trato logo de sair

Dessa loucura, que me espera no porvir,
Porque se eu sei que tenho lá razões de sobra,
Quem me observa, lucidez, de mim, já cobra.

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