TEUS PÉS
Os teus pés mais graciosos e ligeiros
Que das aves o vôo na amplidão!
Nos moldes — a elegância, e altaneiros
Na agilidade que pisando vão!
E pisam sobre as rosas nos canteiros
Sem sofrerem um único arranhão!
Mas se machucam quando, sorrateiros,
Pisam também o nosso coração!
Quando teus pés, na rua, vão passando
Naquele seu pisar macio e brando
Um murmúrio entre o povo se produz...
É que atrás, vão surgindo nos teus rastros,
Num primor que empanaria os astros,
Uma cascata esplêndida de luz!