SONETO LISBOETA
A tua mão na minha mão repousa
E em teu olhar me vejo em tua retina.
Brilhante riso teu me desatina
E não me deixa ver mais outra cousa.
Lanço-te enfim na lápide, na lousa,
Que ao mármor luzidio se destina,
A esculpir em obra bizantina
Aquilo que o artista pensa e ousa.
Mas noutra mão do mestre o que se ergue
É uma pena azul p'ra descrever-te
Num soneto ao estilo lisboeta.
Tal como um moribundo num albergue
Releio o Livro de Cesário Verde,
E um fado me refaz tua silhueta.
- Hermílio -
* Republicado
A tua mão na minha mão repousa
E em teu olhar me vejo em tua retina.
Brilhante riso teu me desatina
E não me deixa ver mais outra cousa.
Lanço-te enfim na lápide, na lousa,
Que ao mármor luzidio se destina,
A esculpir em obra bizantina
Aquilo que o artista pensa e ousa.
Mas noutra mão do mestre o que se ergue
É uma pena azul p'ra descrever-te
Num soneto ao estilo lisboeta.
Tal como um moribundo num albergue
Releio o Livro de Cesário Verde,
E um fado me refaz tua silhueta.
- Hermílio -
* Republicado