SONETO LISBOETA

A tua mão na minha mão repousa
E em teu olhar me vejo em tua retina.
Brilhante riso teu me desatina
E não me deixa ver mais outra cousa
.


Lanço-te enfim na lápide, na lousa,
Que ao mármor luzidio se destina,
A esculpir em obra bizantina
Aquilo que o artista pensa e ousa.

Mas noutra mão do mestre o que se ergue
É uma pena azul p'ra descrever-te
Num soneto ao estilo lisboeta.

Tal como um moribundo num albergue
Releio o Livro de Cesário Verde,
E um fado me refaz tua silhueta.

- Hermílio -

* Republicado



LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 06/11/2008
Reeditado em 26/05/2012
Código do texto: T1269392
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