SONETO n.20


Sangre-me

Ah, deixe que eu seja o grande sol ardente
por sobre as águas claras e também areias.
Roube-me o calor, sequestre minha mente.
Corte-me em pedaços, sangre-me as veias.

Sei que sou apenas o canto de antigamente,
como nas
noites romanas - e em suas ceias.
Leve-me junto consigo e então, unicamente,
ame-me sem medo/sem tempo - e sem peias.

O que não pediria ao deus do esquecimento?
O que eu não imploraria ao fado e ao mundo,
senão migalhas que você esquece ao relento?

quisera eu poder deitar-me em seus ombros -
sentir-lhe o corpo (o ser) mais perto e mais fundo,
queimando sentimentos/despertando assombros!

Silvia Regina Costa Lima
15 de novembro de 2008





SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 18/11/2008
Reeditado em 18/11/2008
Código do texto: T1290718
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