SONETO DE SAUDADE

São dez horas da noite, nem a lua me faz companhia,
Caminho nesta rua insólita, num silêncio profundo,
Mas vou pensando em ti, como sempre, moribundo,
Padecendo dessa angústia, angústia que aumenta cada dia.

Para onde olho te vejo, sinto saudade,
Saudade tão grande, que nem esse silêncio acalma,
Pois te trago aqui no peito, no coração, na alma.

Estás comigo em toda parte, a toda hora e eu
Não consigo e nem quero fugir de tua presença,
Minha musa, minha devoção, minha crença.

Até no firmamento te vejo, mas que importa,
Não vês meu coração sangrar nesse mórbido desejo,
De te tocar, de te sentir, quem sabe um beijo!
Mas ainda aguardo inutilmente a tua volta.


José de Lima / março/2006

limavitoria
Enviado por limavitoria em 27/03/2006
Reeditado em 10/12/2006
Código do texto: T129396