Fabela da borboleta e a centopéia

Voava a borboleta imponente

por entre flores rubras, amarelas...

A centopéia, a suspirar por ela,

cumpria seu trajeto, diligente.

—Oi, "Pepéia"! Acena com desdém.

—Quanta beleza tu vês por aí?

—Vejo uma sombra logo atrás de ti,

não sei ao certo donde ela vem!

Como num raio -fração de segundo-

um passarinho, desabou-lhe o mundo

e, feito pluma, ela foi ao chão.

A centopéia sai do seu caminho,

crava a forcípula no passarinho

e mata a sombra da sua paixão.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/03/2006
Código do texto: T129495
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.