Fazer soneto
O soneto é tão pouco, simplório:
Se notório perfaz-se dos versos,
Qual inverso que o faz oratório,
Seu velório é mouco, é perverso,
Controverso em medida, aguarrás,
Que detrás mea-culpa diz, louco,
Quase rouco, em desculpa, aliás,
Inda faz, à escondida, tampouco,
Dito, apouco a loucura da culpa.
Não desculpa o intento da brida,
Se na lida, argumento o esculpa,
É quem culpa a estrutura a vida:
Não valida um versar de lamento,
Só o momento de amar em cloreto.