Fazer soneto

O soneto é tão pouco, simplório:

Se notório perfaz-se dos versos,

Qual inverso que o faz oratório,

Seu velório é mouco, é perverso,

Controverso em medida, aguarrás,

Que detrás mea-culpa diz, louco,

Quase rouco, em desculpa, aliás,

Inda faz, à escondida, tampouco,

Dito, apouco a loucura da culpa.

Não desculpa o intento da brida,

Se na lida, argumento o esculpa,

É quem culpa a estrutura a vida:

Não valida um versar de lamento,

Só o momento de amar em cloreto.

Amargo
Enviado por Amargo em 23/11/2008
Reeditado em 25/11/2008
Código do texto: T1298995
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.