Passos

Queria sair de mim, e não me posso

Mordo-me de razão, de gesto agrume

Pois não se aparta assim a dor remorso

De não saber de ti amor queixume.

Queria ser menos eu e mais em ti

Saber-te todo aqui em concordata

Tacitamente impulso onde me vi

Nascer em novo grito ou acrobata…

Mas, perseguem-me loucos cães ferrados

Nestas canelas prenhas de longe além

E meus passos descaem descorados.

Sou só vontade a uivar pelos telhados

E se não sei de mim nem de ninguém

‘mor, tu não sabes nada de passados…