Estagnação

Eu provo a vida que entre os dentes range

Sua substância e eu nela me trinco

Numa avidez de me encontrar faminto

E sermos duros e perseverantes

Não há empenho que seja bastante

Em acalmar o meu e o seu instinto

Em saciar-me do sabor que sinto

Ao ver-lhe a fome e sede intrigante

Mas nos metemos sós num labirinto

Onde há procura e há tensão constante

Nos repetindo em plúrimas nuances

Não há saídas só o igual destino

De repulsar-nos com o mesmo afinco

No imantismo de ser semelhante.