A BELEZA
A beleza deve emergir, somente
Em cada gesto límpido, fremente
Ou num traço ínfimo e majestoso,
Metamorfose do prazer voyeur e ansioso.
Quando alçada em mil sois
Ou aprisionada em lençóis
Se transfigura, e o que é belo morre.
Não perdura, se dilui e escorre
Sublinho o caminhar profundo,
Um gesto de mãos leve e seguro
Onde se exala o odor de um segundo.
A beleza é luzente, mas não ostenta
Ilude os inconvenientes e insanos
Diluindo as ilusões de forma violenta.