Foto: Nilza Azzi

OUVE-ME A VOZ...

És a cor do meu céu, és certeza de luz;
teu olhar me seduz, sobre mim verte a paz,
mas sou contradição, nesse olhar foi que pus
esperança e paixão; esse é o bem que ele traz.

Sobre mim cai um véu, uma esfera que aduz;
esse sonho compus, de certezas capaz...
Quero o afeto, pois não, a que bem faço jus,
mas que, sem mais razão, se me escapa, aliás.

Entre o mal e o bem, eis que sofro por ti
e não posso querer que me entendas porque,
se uma dor tão atroz não me deixa, eu aqui

compreendo o poder dessa força cruel.
Então, ouve-me a voz, leia o que não se lê,
pois escuro se faz, de ora em diante, o meu céu...


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