SONETO AÇUCENA
                   a
        Ana Maria Carvalho 


Açucena do amor se abre no orvalho
Despétala-se em pranto e queixume
Se de outra rosa morres de ciúme
Meu verso é teu e eu te beijo em teu galho.

Pinheiro firme sou, tu és Carvalho.
De lei somos madeira. E vem a lume
Um soneto candango, que presume
Se bom poeta sou, se nada valho.

Se nas águas de um rio vais imersa
És pedra preciosa a descobrir-se
Lapidando palavras. Quem diria!...

Numa miragem dourada, adversa
No leito do amor talvez se abrisse
Em roseiral a flor de Ana Maria.


Hermílio*
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 21/12/2008
Reeditado em 16/12/2011
Código do texto: T1347482
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