NARCISO


 
Branda superfície encobre a profundeza
Reflexo pela presunção distorcido!
Intento, imprudentemente, subvertido
Em meio aos valores de falsa grandeza!
 
Moldado por egoística torpeza
É Narciso, cujo amar foi corrompido!
Vivendo seu próprio universo... aturdido
Ignora o êxtase de ser, ao outro, surpresa!
 
Na mente, inerte, sem remorso ou clareza
Converte emoção num vil ato incontido!
Destinado ao sofrimento e desprovido
 
Dos anseios da humana natureza!
Tornou-se abissal espectro só na incerteza
Morada negra... do capricho leviano!