LUTO ETERNO

Oh! Viúvo que já provou ardor pleno

Mas não viveu o sagrado matrimônio.

Bebeu o mais diviníssimo veneno

Amando um anjo, lúgubre demônio.

Pelo demônio, quanto ardor lascivo!

Quantos desejos, quantos sacrifícios,

Quanto amor, quanto amor, quantos suplícios!

E hoje nem sei quem sou e nem se estou vivo!

Por isto, converti-me em rubro Luto,

Comecei a clamar pela bela Morte

E a sentir medo eterno de meu Sonho.

Do Sonho, o pesadelo mais tristonho...

Da Morte, o servo mais mórbido e forte...

Do Luto, nobre e virgem prostituto!