O SONO DO SOL

Tinge-se de lilás a tarde mansa;

Quebra o silêncio, apenas o cantar

Das aves e, das árvores, a dança

Dos galhos e dos ramos, ao ruflar.

E, lentamente, o sol, que já se cansa,

Exausto, já, de tanto iluminar,

No horizonte debruça e luzes lança,

Tingindo de fulgor o céu e o mar.

E pouco a pouco vai adormecendo...

Entre as nuvens de sombra se envolvendo,

Até pegar num sono bem profundo.

Nem chega a ver que Deus teve o cuidado

De estender um lençol todo estrelado,

Para cobrir de pérolas o mundo.

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 08/04/2006
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