AO AMOR QUE CHEGA
(Soneto de um Novo Ano)
 
 
Imperioso é descrever-te, cavalheiro
Porém, sob as nuances és tão complexo!
Ainda quando cingida por um amplexo
Não alcanço a luz... desse sol altaneiro!
 
Lábios dominam o solapar ligeiro
Despudorados, levam-me ao teu convexo!
Do mundo-novo: arrebatador... perplexo
Onde importa ser último e não primeiro!
 
Menino... moleque... trovador arteiro
Permita que eu seja sereno moinho
Esperada amada... perfumado ninho
 
Fortaleza inexpugnável dum guerreiro!
E espalmando as mãos entre o rosto trigueiro
Reconheça as trilhas... do inato caminho!